sábado, 31 de março de 2012

Cello et café.

Ela pode sentir as mãos dele acompanhar o cello em suas costas quase nuas.

- De fato, essa banda é muito boa.
- Eu disse.

E sorriu. Não. Aquilo talvez não fosse apropriado. Mas sentia falta de uma cama e uma companhia. E sentir a música invadir seu corpo, naquela melancolia que só o violoncelo conseguia trazer, foi um tanto prazeroso.

- "Never cared for what they say..."
- "And nothing else matters..."

Beijo-a profundamente. Aquele beijo não significava nada. Mas acalentava. Acalentava a alma bagunçada e desorientada. Que só queria um momento de ... de ... de solidão conjunta, talvez.

- Acho que os cookies estão prontos. Está sentindo?

Ele sentia o cheiro de biscoitos saindo do forno.

- Só se for com café.

E ao café estar nas enormes canecas e os biscoitos em uma pequena tigela, voltaram para a cama e conversaram as pequenas coisas da vida que os reuniram ali.




Ouvindo: One - Apocalyptica plays Metallica

domingo, 25 de março de 2012

Coffee makes everything better

E aí ela deitou na cama, agarrando seu tigre de pelúcia, repetindo a si mesma que estava tudo bem. Estava tudo bem. Ela tinha livro para ler até quarta e uma prova em dois dias. Mas estava tudo bem. Mas o domingo dizia não estar nada bem. Ou seus hormônios. Ou a barra de chocolate que ela comeu em 30 minutos. Ou a Zooey Deschanel cantando em seus ouvidos. Estava tudo tão estranho. Tudo parecendo tão distante. E ao mesmo tempo, ela sentia uma felicidade da solidão que nunca mais tinha sentido. Queria tomar aquele café e conversar as besteiras da vida. Ouvir seus discos na vitrola e pular sozinha na cama. Ah. Tá tudo bem, querida. Só é tomar uma xícara de café na segunda pela manhã que tudo vai ficar bem.