sábado, 21 de setembro de 2013

Trânsito.

Um dos grandes males do mundo moderno é o trânsito. Uma pesquisa feita pela USP aponta que há uma perda diária de cerca de 11 milhões de reais com o tempo gasto no trânsito, além do combustível, claro. Nem vamos começar a falar dos problemas de saúde que dizem que o trânsito pode trazer às pessoas. Vai de estresse até disfunção erétil (pois é). Sim, o trânsito é uma coisa chata. Que nos tira a paciência, que nos atrasa, que segue uma proporcionalidade murphyana: quanto menos tempo você tem para chegar em um lugar, maior será o tráfego de carros. Mas devo admitir que de vez em quando, o trânsito, aquele quilométrico, pode ser uma coisa boa. HEIN? É. Às vezes a gente está tão bem consigo mesmo, tão feliz, que cantar junto com a Karina Buhr no volante, sozinha, traz uma tranquilidade imensa. Mesmo com os carros buzinando do lado. Porque você está tão bem que as pessoas estressadas ao lado não influenciam em nada na felicidade sem razão do coração. Ou mesmo quando você está triste. O trânsito e a música aleatória que o rádio começou a tocar podem responder perguntas que você não estava conseguindo resolver há dias, há semanas. Chorar no volante? Sim, pode, qual o problema? Devo dizer: o carro e a fila sem fim de carros a sua frente podem ser até melhores que uma consulta no psicólogo. Pode parecer estranho. Tenho amigos que simplesmente sentem pavor de entrar no carro, dirigir e enfrentar o trânsito. Mas poxa. Ele está lá. E a não ser que você tenha um helicóptero para se locomover, utilize o tempo 'perdido' com você. Pense na vida, cante junto com a Karina Buhr, ouça um nerdcast, planeje o que vai fazer quando chegar em casa: dormir ou assistir aquele filme, aprenda uma língua estrangeira... Sei lá. São tantas coisas que se pode fazer ao esperar seu carro sair do canto que eu me perco. 

E escrevendo esse texto, deu uma vontade de pegar o carro e sair por aí. Parar na Subway, comprar um sanduíche e enfrentar o trânsito na volta pra casa ouvindo Led Zeppelin nas alturas. Com licença, gente. Vou ali sair comigo.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Hoje eu quero sair só.

Não sou fã do Lenine. Às vezes, ouço uma música ou outra desse pernambucano lindo. E hoje, acordei com essa música na cabeça e decidi: Hoje eu quero sair só. Muita gente acha deprimente sair só, como se pra ser feliz é necessário, imprescindível a presença de outra pessoa. Pois eu digo que não. Tá certo, é bom ter uma companhia de vez em quando. Ir no bar com os amigos, ir na casa dos primos e ver filme. Mas devo dizer que sair sozinho é tão importante quanto tomar aquela cerveja com a galera da faculdade na sexta feira. Sim. Saber que você é uma companhia tão boa que assistir aquele filme nacional com você mesmo é um ótimo programa de meio de semana, quando o shopping não está tão cheio e você acha com facilidade um canto na praça de alimentação para tomar café e ler os jornais. A sensação de independência é incrível. Não depender das outras pessoas para decidir que filme assistir ou que horário vai pegar. Se pegar rindo sozinho lendo as leseiras no celular. Ser paquerada na escada rolante enquanto você está descendo e o cara está subindo. Ou ser cantada pelo moço do cinema que viu sua carteira de motorista e disse: "Poxa, mudou mesmo o visual em relação a foto. Tá bem mais bonita agora". Se pegar cantando sozinha enquanto está escolhendo que doce comprar para acompanhar o filme. Ver aquele professor coroa gatão da faculdade com aquela camisa xadrez e rir sozinha se achando idiota. Sair do cinema e ainda tomar um espresso com grão mineiro...

Jobim disse que é impossível ser feliz sozinho. Rapaz, nem sempre, viu? Nem sempre...