quarta-feira, 18 de março de 2009

Unintended choice


A luz fria da lua cheia invadia o quarto escuro,
Iluminando os dois deitados na pequena cama.
Ele sentia o corpo quente dela delicadamente deitado em seu peito,
Sentindo sua respiração calma e baixa.
Observou-a atentamente enquanto acariciava suas costas nuas.
Ela fazia seus dedos dançarem nos ombros dele,
Acompanhando a música que tocava a vitrola.
Aquela música de sua banda favorita.
Aquela música que sempre achou que cabia perfeitamente a ele.
E somente a ele.
Pela primeira vez em tanto tempo,
Ela sentia aquilo.
Aquela aproximidade.
Aquele sentimento.
Teve medo de enfrentar.
Talvez fosse fraca demais.
Porém resolveu tentar.
Talvez prender-se dentro de si,
E não deixar-se permitir,
Fosse o passo errado a fazer.
E antes que nada possa ser feito,
Decidiu jogar-se naquele grande oceano...


Mesmo que se afogue.


Escutando: Let me sign - Robert Pattinson (É uma música legal tá?)
Foto: your heart makes me feel by ~popsongs

domingo, 8 de março de 2009

Domingo


Aquele domingo começou estranho. Para começar, ela tinha se acordado cedo. Às 8:30. Talvez não possa ser cedo para você, mas nos últimos meses ela dormia tarde no sábado, e no outro dia costumava acordar-se apenas às 10:30, 11:00.
Ao olhar o céu, ele estava nublado, assim como a sua mente. Decidiu ficar na cama mais um pouco, e aproveitar o resto de preguiça que ela prometeu lutar contra a partir dessa semana. Tinha decidido prestar vestibular em outro estado, e apesar de ainda ser março, ela precisa se focar mais nos estudos, vide a prova de matemática que ela vai ter na quinta, e não sabe nada. NADA. Na-da. Escuta Radiohead e afirma 2+2=5.
Levantou-se da cama às 9:30, foi no banheiro e assustou-se ao ver o cabelo todo bagunçado no espelho. Na cozinha, desejou bom dia à mãe e preparou um sanduíche como café da manhã. Como a preguiça ainda mostrava vestígios na sua mente e corpo, o sanduíche não teve o queijo derretido.
Tomou banho e viu gotas caindo do céu.
- Que dia estranho.
Ela sentia certa nostalgia. Para falar a verdade, a vida dela estava... bizarra. Não por ter acontecimentos estranhos. Ela não tinha se tornado uma Carrie, e nem estava estranha. Mas as coisas em sua volta estavam diferentes. Ela sentia sua vida acumular-se, como aquela gaveta que deixamos a bagunça juntar-se até ser impossível fechá-la. Ela não sabia o que essa metáfora queria significar, mas aquele era seu sentimento. Era como se algo novo estivesse acontecendo, talvez uma nova era da sua vida (todo começo de ano era um novo caminho para ela), e ainda não se acostumou com toda essa onda de novidade.
Talvez seja até por isso, que ela tenha passado um tempo miserável longe de seu blog. E ela até pede desculpas aos leitores por isso. Foi sem querer.
A garota ainda tentou estudar pela tarde, mas seu vizinho atrapalhou sua concentração quando às 11:00 da manhã começou a escutar música nas alturas (importante ressaltar o estilo de música que a criatura gosta: música de vaqueiro, forró e swingueira). E essa poluição sonora foi até o início da noite, porém aos raios de sol se ela foi ao cinema com o carinha que ela está ficando, ou namorando ou sabe-se lá o que seja, mas uma das novidades boas de sua vida.
Chega às 22:30 em casa, digitou um texto sobre seu dia no blog abandonado, revisou umas questões de física para a prova de segunda e foi para a cama.
Acordou-se às 5:30 e olhou para o céu aberto:
- Droga, semana de prova.

Escutando: Pearl - Mandalay
Foto: Sunday Afternoons by *rebel-skum