segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Eu murchei a flor de plástico.


- Não acredito que você está chorando com esse filme.
- Eu não estou chorando!
- E o que é isso saindo do seu olho?
- São apenas gotas do mar...
- Ah sei. Putz, esse filme é paia demais e tu se emocionou?
- O filme pode ser ruim, mas a história é emocionante sim. – E aí eu parei subitamente.
- Quê?
- Não, é que me faz pensar nele.
- É por isso que eu não gosto de assistir esses filmes. Fazem você querer se declarar logo.
- Mas é verdade! E se eu morrer amanhã? Hein? Eu vou morrer sem dizer a ele que ele foi a única pessoa que eu realmente amei.
- Faz quanto tempo mesmo?
- 3 anos... E 2 meses.
- Mas você sabe que é culpa sua né?
- Eu sei. Por isso mesmo que gostaria de falar logo. Abrir logo todo o coração. Mesmo que não dê em nada.
- Então por que você não faz?
- O quê?
- Falar pra ele!
- Você está falando sério?
- Estou.
Respirei e pensei na possibilidade. Tinha lógica.
- É... Talvez você tenha razão. Ele é a única pessoa que não sai da minha cabeça à 3 anos. 3 anos é muita coisa. Mas... sei lá.
- Você pode morrer amanhã – disse ela ironicamente - Mas vem cá, você realmente gosta dele é? Mesmo mesmo?
- Bem... sim.
- Hum... Tu devia dizer logo.
- Mas quando eu vou dizer? E como eu vou dizer? “Oi, tudo bem? Olha, eu te amo”?
- Amanhã vai ter ensaio da banda, você vai e quando acabar o ensaio você fala.
- Hum...

Ao chegar de frente ao estúdio do ensaio, vejo-o com aquela menina que outrora vi lá no colégio. Aquela sem sal.

- E aí? Contou a ele tudo?
- A ele quem?
- Idiota. Por quem você está tremendamente apaixonada a três anos?
- Ah. Aquele? Eu não gosto dele.
- Como assim?
- Ta difícil de entender ou vou ter que desenhar?

EU NÃO GOSTO DELE.


Não sei porque ainda tento me enganar.


Bruna

Foto: Plastic by ~APaperFaceOnParade

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Requiem


Ela acordou e o viu deitado ao seu lado.
Por que ele estava ali? – Ela se perguntou.
Gostava da sua presença. Sabia que não era certo. Mas gostava.
Levantou-se.
Foi até a cozinha, pegou um copo de água e voltou para o quarto.
Observou-o dormir.
Dirigiu-se até a janela.
A Manhã não havia acordado totalmente: o Sol começava a se mostrar agora.
Sentiu os braços dele envolta do seu corpo.
- Por que levantou tão cedo? – Ele perguntou. Ele a olhava com carinho. Nem parecia acreditar que ela estava ali a sua frente. Ele gostava de vê-la assim. Seus cabelos longos a balançar suavemente com o vento que surgia da janela.
- Quis ver a Manhã acordar. – Ela respondeu baixinho.
Ele tocou gentilmente em seu rosto. Olhou profundamente nos olhos dela.
Ela gostava dos olhos dele. Era como um mar aberto, a qual sempre podia mergulhar. Mas não sabia se sempre podia voltar à superfície. Teve saudades daquele mar.
Ele a beijou.
Ela não voltou a superfície.

Bruna

Escutando: Cry for the moon - Epica
Foto: Cast your eyes on the ocean by ~Pellury

domingo, 21 de setembro de 2008

Brasil, a terra do futebol


Depois do episódio de ontem, eu não tenho mais dúvidas quanto a isso. Você pode não gostar de jogar, ou mesmo não assistir um bando de homens correndo atrás de uma bola. Mas você sempre estará ligado ao esporte que faz o Brasil famoso.
19 de agosto de 2008. Semi-final de futebol nas Olimpíadas de Pequim. E com quem o Brasil vai jogar? Argentina. O inimigo número 1 dos brasileiros. O coringa do Batman. A chuva de um dia de praia. Sendo uma terça-feira, metade da minha turma fugiu do colégio para assistir ao jogo. Já quem ficou, mesmo com a aula de matemática sendo dada, tinha nos ouvidos a narração direto de Pequim através de seus celulares ou aparelhos de MP3. Eu não sou fã de futebol tenho que admitir. Prefiro assistir Fórmula1. Ou mesmo Rugby ou Hockey. Tem a violência para me divertir. Não que eu goste de violência, mas é legal ver homens sem dente no hockey, e montinho em um único cara no Rugby. Mas em um clássico do futebol como esse, até defuntos saíram do cemitério e foram ao bar da esquina, e eu também estava curiosa.
Começa o jogo. Eu copiando as coisas do quadro, mas os amigos na escuta. Era engraçado ver o nervosismo à flor da pele a cada palavra do comentarista. Principalmente quando a bola chegava perto da trave argentina. Apesar de várias tentativas a gol, o 1º tempo não trouxe nenhum sorriso à alguma das duas nações.
Já no segundo tempo, um verdadeiro pesadelo começa para os “grandes” jogadores brasileiros. Tudo começa 7 minutos depois quando Argentina marca seu primeiro gol. Assim é que anunciado lá na sala que houve um gol do adversário, eu pergunto:
- Quem fez?
- Messi* – Responde meu amigo à beira de lágrimas**
- Êêêêê! – Comemoro. Não para a Argentina, mas para o lindo e maravilhoso do Messi. Mas não deu muito certo. Quase que era assassinada pelos meus colegas de classe.
Aos 13 minutos:
- GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL – Grita a sala.
- FOI DA ARGENTINA SEUS IDIOTAS*** - Chora**** o menino ao meu lado.
A única coisa que eu conseguia fazer era rir (e copiar o que tinha no quadro). O Brasil ainda fez um gol, que foi impedido. E no final das contas, a Argentina, a pedra no sapato do futebol brasileiro ganhou. Por 3x0.
Brasil perdeu. Da Argentina! Para algumas pessoas, isso é uma ótima razão para cometer suicídio.
Mais uma vez, o país do futebol, pentacampeão na copa mundial de futebol, perde de ganhar um ouro nas Olimpíadas. Nem faz diferença, já que nunca ganharam.
Esperávamos ainda do futebol feminino. Mas acabou perdendo na final dos Estados Unidos. Entretanto, levaram a prata e nos jogos mostraram-se fortes, o contrário do masculino.
Somando tudo, e obtendo o resultado, o Brasil teve uma péssima atuação nessas olimpíadas de Pequim, portanto, só digo uma coisa:

AVANTE ARGENTINA!

Bruna

* Na verdade, foi o Agüero, mas meu amigo pensou que fosse o Messi.
** Quando esse meu amigo leu o texto no meu caderno ele riscou o ‘à beira de lágrimas’ e colocou ‘puto da vida’.
*** Esse mesmo amigo, riscou o ‘seus idiotas’ e colocou ‘porra’.
**** E também disse: “O cacete que eu chorei”. Mas eu tenho certeza que ele chorou de tristeza quando ele chegou em casa.

Yuri, não me mate.


Escutando: Prodigal Son - Sam Amidon
Foto: aqui!

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Torta de morango



Ela gostava de se sentar no chão.
Era confortável.
Ele estava deitado na cama.
Dormindo.
Ela gostava de observá-lo dormindo.
De ver a respiração devagar fazer a barriga dele subir.
Pra cima... Pra baixo... Pra cima... Pra baixo.
De ver seus olhos fechados se mexer.
- Está sonhando – Ela dizia baixinho e imaginava com o que ele poderia estar sonhando: torta de morango? Sorvete de creme e amora?
E aí ele respondia:
- Em você sua boba.
E ela se assustava com a resposta. Mesmo dormindo ele lia seus pensamentos e assim ela abria um sorriso.


Bruna.

Escutando: Reason Why - Rachael Yamagata
Foto: Aqui!

Bem vindos!



Eis aqui meu novo blog.

É um tempo novo e com isso precisamos de um novo blog. O nightingalepoe vai continuar aberto, mas por um tempo apenas. Portanto, se você gostou de algum texto e gostaria de salvá-lo, corra para lá e o copie. Apenas lembre-se que fui eu quem escreveu. Mas acredito que quando eu não tiver nenhum texto na caixola, eu poderei publicar aqui os do baú.

Então, sintam-se em casa.

Abraços da Brunadovinil.

d--b - She don't care - Julie Delpy