sábado, 14 de novembro de 2009

Longe


É hora de se ausentar por uns dias...

Escutando: Breathe (Piano version) - Paramore
Foto: Walking_Away_by_JordanRobin (Deviantart)

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Um triz.


A porta está rangendo e mal abre.
O celular não carrega a bateria.
O som não consegue ler o CD,
Nem o computador consegue ler o documento.
O potinho de vidro caiu no chão e quebrou.
A vitrola arranha e trava na música do Radiohead.

O Tudo bem está com defeito e não mais funciona.
A linha está por um fio.


Escutando: Decode - Paramore
Foto: Broken by *la-soucoupe-volante

sábado, 7 de novembro de 2009

Nada além disso.



Agora, eu te observo dormir.
E observo atentamente seus lábios,
Relembrando as últimas palavras que eles pronunciaram:
“Eu sei que te amo”.
Mas...
Eu não quero saber assim.
Eu quero saber se cantaria Unintended para mim.
Se limparia sua gaveta, e guardaria, a partir de agora,
Só as nossas lembranças.
Só os nossos momentos.
E nada além disso.
Só o ‘eu e você’.
E nada além disso.
Nada.


Escutando: Intuition - Feist
Foto: Memories drawer by =eXcer

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Felicity


Eu nunca assisti realmente Felicity. Lembro-me que minha mãe costumava assistir quando passava nas manhãs de domingo na SBT e sempre vejo no blog da menina do casaco verde, alguns comentários sobre a série. E agora a Sony voltou a passar, mas nos horários que passa, eu estou fora de casa. Hoje é feriado, e na preguiça de pegar os cadernos para estudar, peguei o pacote de pirulito do mercado que minha mãe comprou e me sentei de frente a TV. Felicity começava e resolvi assistir. Às vezes pensamos que as coisas da TV nunca vão acontecer com a gente. Mas a briga que Felicity teve com sua amiga Julie, aconteceu comigo e uma amiga. Que eu não sei se foi minha melhor amiga. Tivemos uma ‘amizade’ de oito anos. Eu coloco entre aspas porque como o homem do metrô do episódio de hoje disse, às vezes escolhemos uma pessoa para ser nossa melhor amiga, mas na verdade não são. Não se escolhe um melhor amigo. Eles se tornam nossos melhores amigos simplesmente. Hoje eu me pergunto se ela era realmente minha amiga porque ao termos nosso problema, ela tomou a atitude da Julie: só perdoou uma pessoa, mesmo eu tendo pedido o meu perdão. Dois anos e meio depois de tudo, eu digo a mim mesma que tenho que esquecer isso. Já queimei cartas. Já escrevi. Já tirei tudo o que tinha que pudesse me lembrar. Mas vez ou outra, o tudo vem à tona. E aparece a Felicity.


Gostaria muito de comprar os DVDs da série, mas sou proletariada. Portanto, se alguém souber algum link que tenha a série para download, eu agradeço.

E agora, devo estudar.


Escutando: Melt my heart to stone - Adele
Foto: Google

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Tempo: tic tac


Estou com sono, mas não quero dormir.
Tenho medo, mas os deixo me dominarem.
Quero estudar, mas minhas pálpebras se fecham diante dos livros.
Tenho que escovar os dentes, mas estou de frente ao computador.
São nove da noite, quando deveriam ser quatro da tarde.

O tempo passa e eu faço com que ele atrase meu tempo.


Escutando: O mosquito no ouvido.
Foto: Time by ~natdatnl

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Dizem que sou louco.


Eu devo admitir que sou uma pessoa chata. Chata não. Muito chata. Sou crítica e verdadeira. Quando me incomodo com algo ou alguém, explicito meu incômodo, mesmo sabendo que a pessoa possa ficar chateada ou não. Se não gosto de algum indivíduo, não tenho pena. Não gosto e pronto. Não fico tentando gostar. Se ele estiver interessado na minha amizade ou apenas coleguismo, ele que tente me convencer do contrário. Sou egoísta, interesseira e não tenho pena. Odeio pessoas lerdas. Assim como pessoas que não apresentam um gosto cultural bom. Isso pode parecer orgulhoso e preconceituoso. Mas é a verdade e ponto final. E se há um tipo de pessoa que realmente não suporto, é pessoa que tem acesso a cultura e sabe da história do Brasil, mas não dá a mínima. Simplesmente ignoram as conquistas dos estudantes e artistas na Ditadura Militar, e não vê semelhança entre esse acontecimento no país com o que ocorre em Honduras. Não gosto quando pessoas pegam minhas coisas sem pedir, nem quando colocam o cotovelo na minha mesa. É a minha mesa. Coloque o seu cotovelo na sua mesa ora bolas. Enjôo rápido da cara das pessoas. Principalmente se elas não mudam os assuntos. Enjôo até mesmo dos meus amigos. Por isso, em meus momentos de TPM ou simplesmente abusos, eles devem ficar meio afastados, ou correm o risco de levar sérios foras. Também não gosto de pessoas muito sonhadoras e ‘viajantes’. Ponha seus pés no chão. Não leia aquele livro de merda ‘O Segredo’, pois de segredo não tem nada. Quem não sabe que a força do pensamento dá certo? Tanto, que a árvore do meu vizinho morreu porque ela me atrapalhava estudar astronomia. Mas o que tenho de chata e crítica, eu tenho de legal sabe? Pode perguntar aos meus amigos. Tirando meus momentos pré-menstruais ou mesmo abusionais, sou carinhosa e amiga acima de tudo. Também gosto de ser fiel, porém em certos casos não fui. E apesar de tudo, não me arrependo pelas coisas que aprendi. Não suporto falsidade, e nisso eu não minto. Como disse anteriormente, se não gosto de uma pessoa, não gosto e pronto! Eu era de esquerda, mas agora me encontro neutra. Que nem a posição do Brasil no cenário político latino-americano. Sou engraçada e posso parecer metida. Sou só um pouco. Não desisto com facilidade se algo me chama atenção. Exemplo? Meu namorado. Que é a única pessoa que eu não consegui enjoar em um ano (tempo em que nos conhecemos). Se gostar de um álbum, escuto até enjoar. Se gostar de alguma comida, o mesmo. Digo que leio bastante, mas nem leio tanto assim. Não chega a ser bastante. Assisto filmes. Isso eu assisto. E fico na internet mais do que deveria. Gosto de estudar e isso realmente não é mentira. Eu me sinto bem estudando. Se não estudo, me sinto mal a ponto de ficar deprimida. Pode parecer maluco, mas é louco mesmo. Eu não me considero uma pessoa normal. Considero-me até esquisita. Mas eu sei que há pessoas como eu por aí, então não tem problema. Aliás, você deve ser meio louco assim que nem eu. Por que? Você chegou até a última linha desse texto.


Escutando: Wake up - Alanis Morissette

domingo, 27 de setembro de 2009

Oooh.


Ela chegou em casa e deixou os sapatos na porta.
Na boca, ainda sentia o sabor da cachaça, e na cabeça, uma leve tontura.
Ela bebeu apenas um copo,
E o desejo de beber mais crescia.
Ela simplesmente sentia a necessidade de beber mais.
Não sabia por quê.
Na verdade, sabia sim.
Mas não queria dizer.
Ou talvez, não havia motivo algum.
Ela só queria uma quantidade maior de álcool, porque ela passou a tarde lembrando-se do passado.
Ou queria mais álcool, para esquecer as pequenas coisas que a aborreciam.
Ela não queria que essas pequenas coisas a aborrecessem...
Mas era da natureza dela, e não tinha como negá-las.
Sentia-se mal, por fazê-lo sentir-se mal.
Ah... O efeito do álcool já deve estar me afetando.


Boa noite.


Escutando: Unnatural Selection - Muse
Foto:Caipirinha by ~BlameDaMoon

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A morte no banheiro


Era feriado, mas os planos eram de semana. Estava em provas, e precisava estudar. E também estava na TPM, ou seja, não estava lá tão bem. Acordei já abusada com a vida. Minha terapia na tensão pré-menstrual é a limpeza e arrumação, então apesar de ter que estudar, decidi arrumar meu quarto que precisava de uma limpeza nos livros e discos de vinil. Depois de passar a manhã completa mais um pedaço da tarde enfurnada no meu espaço entre quatro paredes, lavei os pratos e tomei banho para começar os estudos. Até aí você pode achar que apesar da minha TPM, meu dia poderia estar bem. ERRADO. O já considerado filho da puta do meu vizinho decidiu fazer uma ‘festinha’ e nisso, pôs a altura do som em um nível absurdo para uma região residencial. Como estudar se nem me concentrar eu poderia no barulho infernal que estava? Fui até a casa do infeliz e pedi que a altura do som fosse abaixada. Porém, minhas palavras foram ao vento. Mais estressada que um trabalhador da bolsa de valores em um dia de altos e baixos, pesquisei sobre a Lei do silêncio e vi que meu vizinho poderia ser preso por 15 dias. Ou até mesmo 3 meses! Quase que eu ligava para a polícia, porém minha mãe me impediu, dizendo que eu devo saber conviver com as pessoas, e não deveria arranjar confusão com o vizinho. Controlei-me e mais uma vez pedi que a altura do som fosse abaixada. NADA. Era como se eu estivesse falando com uma parede. Minha mãe continuou me impedindo de ligar para a polícia, e a única coisa que eu poderia fazer era rezar pela morte de um vizinho tão ruim. Milagrosamente, mesmo com o som, consegui estudar. Tudo isso ocorreu entre 15:00 e 19:00. Às 22:30, fui dormir depois de uma noite entre os livros. Aproximadamente às 4:30 da manhã, o filho da puta do vizinho vem com mais barulho. Dessa vez, era um barulho natural. A peste estava vomitando. Eu sei que isso pode parecer estranho, mas da minha casa toda dava para ouvir a criatura vomitar. A única coisa que eu pensava era na morte dele. Sei lá... Quem sabe ele escorregava no banheiro, batia a cabeça no chão e se asfixiava no próprio vômito? Seria um alívio para mim, saber que eu não mais seria perturbada por ignorância sonora. Saí de casa umas 3 horas depois de ter sido acordada pelo tal do vizinho. Ao sair, uma ambulância se encontrava na casa ao lado. Curiosa, perguntei ao porteiro o que havia ocorrido.

- Ah, sabe o Felipe? Tava de ressaca, e hoje pela manhã estava vomitando sem parar. Foi ao banheiro e o chão estava molhado. Bateu a cabeça no vaso sanitário e se afogou no próprio vômito.

- Sério? Isso eu não imaginava...


Ouvindo: Uprising - Muse
Foto: Death Poops by stoopidartkid

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Eu sou foda


Não apostei no dia de hoje.
Uma sexta sem nada planejado.
Saída, passeio, andada na praia, ver o namorado.
Nada.
Mas como nunca mais tinha acontecido,
O dia foi o mais tranqüilo e prazeroso.
Mesmo tendo aulas pela manhã e pela tarde,
Todas elas foram interessantes e empolgantes.
Até mesmo a de matemática e a de física.
E a de química de tarde.
E ainda mais as duas de história, onde o professor nos recomendou que quando chegássemos em casa, olhássemo-nos no espelho e dissessemo-nos: Eu sou foda. Questão de aumentar a auto-estima para o vestibular próximo. E também a última de literatura no fim da tarde,
Na boca da noite lembrando-me a pergunta: O que fazer numa noite de sexta?
Cheguei em casa.
- CHEGUEI!
Nenhuma resposta.
- Oi?
Ninguém em casa.
Atirei-me no sofá.
As patricinhas de Beverly Hills na TV: “É incrível como eu me divirto mais em casa do que em algumas festas”
É incrível como alguns filmes sentem nossas necessidades.
Coloquei KT Tunstall no som em um volume consideravelmente alto.
Arrumei meu quarto.
Lavei os pratos.
Tomei banho.
Jantei.
Em uma alegria independente que eu não sentia há meses.

Olhei-me no espelho e disse para mim mesma:
Eu sou foda.


Foto: By moidsch
Escutando: Right as Rain - Adele

sábado, 29 de agosto de 2009

Café e cinema


Já era tarde quando eles saíram do cinema. Pegaram a última sessão de domingo, aquela sessão de arte. Até que o filme foi bom. Um alemão. Ela deve admitir que já assistiu melhores. Não tão monótono como o dessa noite. Já basta ser domingo.
- Café?
- O quê? – Ele interrompeu sua reflexão sobre o filme e ela pareceu bem mais distraída.
- Topa tomar um café lá em casa? – Ele formulou a pergunta.
- Um café sempre vai bem.
Cada um em seu carro seguiu para o centro da cidade, onde ele tinha um apartamento com uma bela vista de pequenos pontos brilhantes. No elevador, ela podia sentir o olhar dele no espelho, olhando-a atenciosamente e delicadamente. Ele apertou o sétimo andar.
- Não repare a bagunça por favor – ele disse ao entrar no apartamento levemente iluminado.
- Se isso é bagunça, meu quarto é um caos. Acredite.
E ao dizer isso, começou a estudar todos os cômodos e cantos da sala. Era sua mania. Seu hobby. Havia uma poltrona grande no canto, e um tapete de retalhos no chão. Uma estante cheia de livros e CD’s. Não tinha TV, mas um aparelho de DVD.
- TV no conserto?
- Não. É que eu não gosto de assistir filmes naquela tela pequena. Preferi comprar um desses novos aparelhos que projetam as coisas na parede. – E ao dizer isso apontou para o teto, onde um projetor digital estava preso num suporte próprio.
- Inteligente. – disse ela já se abaixando para ver a coleção de filmes – Edward mãos de tesoura!
- É um dos novos clássicos!
- Com plena certeza! – Ela disse rindo. – Você poderia me dar de aniversário hein?
- Assim que você me der aquele disco dos Beatles que você tem.
- Nem vitrola você tem!
- Com um disco daquele, eu procuraria uma vitrola para mim.
Ele saiu de trás do balcão e trazendo duas xícaras de café. Foi até a estante e escolheu um cd de jazz.
- Gosta?
- Amo.
E quando o leitor do som começou a emitir aqueles sons prazerosos, ele a tomou nos braços e a conduziu para a dança. Ela sentia os passos leves no ritmo da música e os dedos dele começando a percorrer seu corpo. Das costas para o pescoço. Do pescoço para os cabelos. Dos cabelos para as bochechas. Das bochechas para os lábios. Lábios com lábios.
Da sala para o quarto. Na noite adentro, os dois se sentiam. Naquela mesma dança. Naquela dança universal. O vento frio da madrugada entrava pela janela arrepiando os corpos, transformando o sentimento mais sensível.
E nos primeiros raios do dia, eles dormiram.



Ela acordou com as buzinas lá fora e o sol adentrando o quarto. Sorriu e olhou para o lado. Vazio. Apenas a almofada branca e já fria. No criado-mudo, um bilhete.

“O dia está lindo. Fui dar bom dia ao dia”

Ela acordou sozinha. Arrumou suas coisas e escreveu um bilhete.

“A noite foi linda para se acordar sozinha. Peguei uma de suas caixas de suco de laranja e o DVD do Edward. Vou dar bom dia ao dia”

Abriu a porta e saiu.


Escutando: New Born - The string quartet (Tribute to Muse)
Foto: Midnight Coffee by ~Fannooo

sábado, 22 de agosto de 2009

Bússola


Acordei em agosto pensando ser dezembro.
Levantei-me depois a semana de provas mensais pensando ser depois das provas do vestibular.
Senti o sol de inverno pensando ser de verão.
Coloquei no Windows media player Feist e KT Tunstall estudando física, pensando estar escrevendo um post de férias para o blog.
Escutei Amy Winehouse comprometida com alguém, pensando ainda estar apenas paquerando-o.
Acordei meio desnorteada.
Pensando ser norte o sul.
O oeste o leste.
É um desnorteamento bom.
Sem tristeza ou melancolia.
É arrumar a casa com o céu ficando nublado lá fora,
E escrever o texto que parece não ter nada com nada,
Mas que descreve perfeitamente uma pessoa que espera a noite de sábado para ficar na sala comendo alguns Doritos e Nestea de limão e quem sabe depois um café, assistindo Saturday Night Live.


Escutando: Nada.
Foto: Pirates Star Compass Hairclips by SteamSociety

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Sol


Adoro dias ensolarados.
Lembram-me férias.
E nos últimos dias, o céu tem se mostrado meio tristonho.
Chorando um bocado.
Talvez ele viu que eu não poderia aproveitá-lo tanto quanto queria essa semana.
Semana de prova sabe?
Não posso ir para a praça ler o livrinho francês que estou lendo,
Sentada embaixo da árvore,
Sentindo aquele ventinho da tarde.
Queria tanto poder deitar na grama,
E escutar os mínimos barulhos da rua.
Mas são tantas as coisas para estudar,
Para pensar,
Para se dedicar,
Que todas essas coisas devem ser deixadas de lado.

A solução é estudar, pensar e se dedicar. E esperar tudo isso acabar. Mesmo que uma semana, ou mesmo quatro meses de estudos para o vestibular demore.
Quem sabe vale realmente a pena.


Escutando: Girl and the ghost - KT Tunstall
Foto: Sun Rise Sun Set by ~FilmThis

sábado, 25 de julho de 2009

Sábado


Com um pacote de cookies e uma garrafa de chá gelado,
Deitei-me na frente da TV.
São 21:45 da noite de sábado,
E eu estou me embebedando com uma bebida não-alcóolica...
Imagina a ressaca de amanhã.
Aqueles dias que só se tem a vontade de estar isolado do mundo,
Só você e você.
Quem sabe um jazz tocando na vitrola,
Ou aquela cantora britânica com aquele ar de céu de Londres, cantando aquelas músicas que sempre te faz se sentir mais embriagada pelo sentimento de boa solidão.
Ou até uma outra pessoa com a mesma agonia, poderia fazer companhia, deitada no sofá do lado, dividindo o pacote de cookies.
Dividindo não. Com um outro pacote.
E assim, assistindo o filme chato e velho do Telecine Cult, pegaríamos no sono e às 9 da manhã do dia seguinte, acordaríamos com as bocas sujas de chá gelado, cookies e chocolate, e a TV em um canal diferente, mostrando as propagandas do Teleshopping.


Escutando: Letter Read - Rachael Yamagata
Foto: sofa softies by =SimonSawSunlight

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Where the wild things are


Estou cansada.
Talvez seja hora de arrumar minha mochila e fugir de casa.
Sabe, deixar o meu quarto cheio de livros, e ter o mundo para escrever.
As paredes e móveis me prendem,
Quem sabe algumas árvores e campos abertos me tragam alguma coisa.
Você pode vir comigo se quiser,
Afinal,
Você é a única pessoa que consegue me tranqüilizar nos momentos de caos.
A gente pode ver algumas estrelas,
Nas noites mais escuras. Quem sabe a gente possa até ver a Via Láctea.
Eu coloco na minha mochila cookies,
E em algum pasto podemos tirar leite na vaca.
Eu soube que assim que sai dela, o leite é quente.
Faríamos uma fogueira para nos esquentarmos,
E podíamos dormir de mãos dadas olhando a constelação de escorpião,
Porque ela é mais fácil de achar.
No caminho a gente pode chamar mais pessoas,
E podíamos viajar todos juntos!
Pessoas que nem nós,
Cansados de quatro paredes e livros.


Escutando: Wake up - The arcade fire
Foto: Run away by ~Becso

terça-feira, 16 de junho de 2009

Barquinho de papel


Com o pacote de cookies numa mão e a grande xícara de café na outra, sentei na cama e ouvi o disco dos Beatles que ganhei de aniversário do meu amigo. Eu tinha preguiça. Não tinha sono. Não tinha criatividade para nada.

Eu queria escrever uma carta. Para quem?
Eu queria fugir. Para onde?
Eu queria escrever. O quê?
Eu queria chorar. Por quê?

As coisas parecem estar voltando ao normal. Pelo menos o desejo de voltar ao normal está aparecendo. Surgindo no horizonte. Acordando-me de um sono que durou alguns meses. A minha escrita está péssima. Digito palavras soltas que vem a cabeça sem nenhuma linha que organize as idéias.

Talvez seja hora de dormir, e deixar o barquinho de papel navegar livremente na água da chuva que acabou de cair.


Foto: Vapour Trail by ~janinaha (Deviantart)
Escutando: Stockholm Syndrome - Muse by The string quartet

sábado, 13 de junho de 2009

Obrigada.


Apesar de ter acordado ao meio-dia, ainda sentia sono. Sabe aqueles dias que acordamos sabendo que o dia não terá nada de novo e ainda assim, parece que ele vai ser um dia interessante? Depois de minha xícara de café às 6 da tarde com os cookies da lata bonita, coloquei aquele CD antigo que encontrei perdido na gaveta: Alanis Morissette unplugged MTV. É tão estranho pensar no quanto mudei nos últimos dois anos. Porque É realmente estranho. É como se eu não reconhecesse quem eu era, e só lembrar alguns pedaços. Eu tinha cabelo grande como o da Morissette. E parecia que nunca, NUNCA eu ia cortar. Hoje, meu cabelo está acima do ombro. Bem como o da Alanis quando ela sumiu e depois voltou.
Estou no track 3 do disco, e eu sei que você não está lendo esse texto simples, mas obrigada por ter me dado a chance de cometer o maior erro da minha vida. Porque apesar de ter sido o maior erro que eu fiz com a pessoa que eu amava, essa falha me proporcionou as melhores coisas que eu pude ter na minha vida até agora. E isso pode parecer clichê. Essa história de 'erro-ensinamento', mas eu não imagino o que seria de mim sem isso. O melhor ano da minha vida foi depois disso. As melhores pessoas que eu encontrei foi depois disso. O melhor eu foi depois disso. E apesar d'eu sentir falta dos momentos que passamos juntas e juntos, eu não consigo te imaginar ao meu lado hoje.
E por isso me desculpo. Pelo meu egoísmo. Pela minha maldade. Pela minha falta de sentimento por mostrar essa verdade que deveria ser posta na última gaveta do armário. Mas obrigada, por ter me deixado e ter me feito viver da minha forma.

Mais uma vez, obrigada.


(O que a Alanis tem para me fazer pensar tanto?)


Escutando: These are the thoughts - Alanis Morissette (Porque esses são meus pensamentos expostos para você)
Foto: coffee by ~SawsaN-0 (Deviantart)

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Absolutamente nada de interessante


Saí da aula ‘nas carreiras’. Corri até a casa da minha amiga para dar um oi, e assistir o jornal. Para quê assistir o jornal é o que vocês perguntam? Para ver a banda do meu namorado tocar por 10 segundos uma das minhas músicas favoritas e fazer a propaganda do show que eles vão ter amanhã. É estranho falar namorado. Na-mo-ra-do. Eu fugi tanto dessa palavra nos últimos 2 anos e agora eu falo mais dele do que bolo de chocolate. E olhe que eu prefiro bolo de chocolate. Enfim. Chego em casa e mamãe deixou dinheiro para eu pedir almoço. Peço comida chinesa. Eu nunca mais comi. Empanturro-me de frango xadrez e risoto. Não veio bolinho primavera. Telefone toca: costureira dizendo que 2, dos 4 vestidos que eu pedi, estão prontos. Já posso pegar. Pego-os. Pago-os. Chego em casa, provo-os. Testo-os para ver com qual eu vou para o show amanhã. Droga. O vermelho de bolinha não está pronto ainda. Amanhã logo cedo eu pego. Preguiça de lavar os pratos. Vejo programação de filmes na rede Telecine. P.S. Eu te amo acabou de começar. Colo-me no sofá e durante o filme começo a chorar. Meu Oingo Boingo* liga. Mas ele não repara que eu estou chorando porque eu sou uma ótima ‘escondedora’. Enfim. Digo como os vestidos ficaram bonitos. Acabo de assistir o filme inspirada. Arrumo a sala. Coloco um disco na minha vitrola e venho escrever esse texto, que apesar de não ter absolutamente nada de interessante, eu ainda assim posto aqui.

* Apelido que meu namorado pôs nele mesmo porque eu gosto da banda Oingo Boingo.


Escutando: Knights of Cydonia - Muse
Foto: girls in white dresses by ~curlytops

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Um copo de 300 ml por favor?


O dia começou ruim. Nas primeiras horas do dia, na madrugada fria e escura de outono, sonhos, ou melhor, dizer, pesadelos assombraram meu sono, fazendo-me acordar em intervalos pequenos. Pesadelos bizarros, onde o professor de física era meu amante. Nada mais bizarro que isso. Talvez porque eu fiquei em recuperação na matéria, as fórmulas e números se personificaram naquele homem, que agora me persegue até em sonhos. Acordei com a batida de minha irmã na porta desejando ser sábado, quando ainda estamos na quinta. O céu não caia como no dia anterior, o que ainda ajudava a levantar-me da cama. Senti a água fria tocar minha pele bruscamente. Queria ficar ali a eternidade sentindo aquela dor do frio sobre a pele morna. Não tomei meu café. No trajeto à aula, observava a rua. O céu de outono mostrando vestígios das nuvens da tempestade do dia anterior. Chegando a sala peguei o interessante livro e comecei a lê-lo. Nem dei bom dia às pessoas. Não tive vontade. Hoje o dia não está para tratá-las bem. Esqueci que tinha aula de piano depois das aulas matutinas. Por causa de uma manifestação (que até agora não sei a razão), tive que voltar para casa de ônibus. Não que isso seja um problema, mas depois de esperar 30 minutos pela minha mãe que disse que me pegaria isso se tornou um problema. Uma dor de cabeça me atormentava, e ao chegar em casa a única coisa que eu desejava era deitar e dormir. Sem sonhos. Deitar e desmaiar. Não desmaiei. Mas consegui um sono cheio de sonhos novamente estranhos. Minha mãe me acorda lembrando-me que eu ainda tinha aula de francês. Olho o relógio e vejo que tenho tempo suficiente para me arrumar e pegar novamente um ônibus. Porém, ligações atrapalharam o meu cronômetro, e me atrapalhei toda para sair. Iria me encontrar com ele uns minutos antes da aula. Só para nos vermos.
- Onde você está?
- Em casa. Atrasei-me, mas já estou saindo. Está saindo da sua aula?
- Na verdade já estou aqui.
- Mas sua aula só termina às 17:30, e ainda são 17:15.
- É, mas hoje terminou cedo.

A raiva subiu e todo aquele abuso que foi se acumulando durante todo o dia apareceu. Eu peguei as coisas rapidamente e corri ao ponto de ônibus. Chegando lá, vejo que o meu tinha acabado de passar. Mato-me. Merda. Sentando no banco e me preparando para minutos de espera, olho o livro do curso e vejo que peguei o errado. Não vou mais assistir a aula.

- Escolha um lugar para irmos, porque eu não vou mais para a aula.
- Hum... Okay.
- Quando eu estiver aí perto eu te dou um toque e você pega o mesmo ônibus que eu. Assim resolvemos para onde ir.
- Certo.

3 paradas antes da que ele ia pegar, eu ligo. Mas o destino estava decidido a fazer o meu dia ficar pior. Ele pega outro ônibus pensando que eu me encontrava naquele.

- Cadê você?
- Descendo a ladeira.
- Erh. Eu peguei um outro ônibus.
- Eita diazinho... Espere-me no shopping.

Lembrei-me que a Mcdonalds agora vendia café. Eu necessitava de um. Café ou cigarros. Café seria melhor. E com o MP3 no ouvido, uma cara totalmente fechada para as pessoas ao redor e o desejo incessante de café, desço do ônibus e o encontro. Para piorar, esperando meu café e as batatas fritas, coca-cola e Mchicken dele, vejo ao meu lado uma menina cuja aparência nada me agrada. Não que ela seja feia, até porque não me importo com isso. Mas porque ela me lembra alguém que eu não gosto de lembrar. E eu nem conheço essa pessoa que eu não gosto de lembrar. Mas eu sei que ele... Enfim... Peguei meu café coloquei 4 pacotinhos de açúcar e queimei minha língua. Vimos livros na pequena livraria e voltamos para casa. No trajeto eu ainda encontro uma pessoa que eu nem faço questão de ver.

O dia foi realmente ruim. Deus jogou os dados ruins para o meu dia. E desejo mais um copo de 200 ml do café preto e quente da Mcdonalds. Talvez um de 300 ml seja até melhor.


Escutando: Sober - Muse
Foto: The McCafe. by ~transientt

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Sanduíche de queijo


Ele acordou com o sol batendo na cama e com ela ao seu lado.
Sorriu.
Era a melhor forma de mostrar como ele estava feliz ao tê-la ali.
Vê-la respirando lentamente, com os cabelos bagunçados de tanto se mexer pela noite, e com seu pijama de vaquinha favorito. Aquele que ela até tinha pena de usar por ser tão fofinho.
Os raios claros e vibrantes do sol de 7 da manhã alisavam a face dela, esquentando-os devagar, e fazendo-a acordar aos poucos.
Ao abrir os olhos, ela se deparou com os dele, observando-a atentamente.
- Dormi muito?
- Bastante.
- Humm – ela gemeu. Odiava deixar as pessoas esperando.
- Brincando. Mas você devia dormir mais um pouco... É bom te observar dormir.
- Rá. Agora que eu não volto mesmo.

E os dois ficaram ali um olhando o outro como se o mundo ao redor tivesse parado, e só um ao outro fosse realmente importante.

- Vamos tomar café? – ela perguntou. Estava com fome.
- O que você quiser.
- Mesmo?
- Mesmo.
- Então eu quero...
- Um beijo?
- Hmmm... Depois de um sanduíche de queijo, um beijo não seria nada mal.

E depois de apostar corrida até a cozinha, preparar e comer 3 sanduíches de queijo, eles se beijaram e passaram o resto do dia comendo besteiras, compondo, tocando, assistindo filmes e desenhos, brincando, desenhando...


Juntos. Como queijo derretido no pão.


Escutando: A minor incident - Badly drown boy (About a boy soundtrack)
Foto: Melted Grilled Cheese by ~GrayMegumi (Deviantart)

terça-feira, 21 de abril de 2009

Nada, café e números.


Acordei e olhei o teto branco do quarto.
Já era fim da manhã, e meu corpo não encontrava forças para se levantar da cama.
Odeio quando isso acontece.
Os pensamentos invadem a mente,
E fazem confusões antes mesmo da pessoa considerar-se devidamente acordada.
As persianas faziam com que a luz não iluminasse bem o quarto,
O que só atrapalha mais o momento de se levantar.
Maldita persiana.
Levantei,
E apesar de já ser 12:00 e o almoço já estar quase pronto,
Preparei uma grande xícara de café,
E sentei na varanda.
Talvez observar o céu nublado de outono,
Com uma lista de matemática e café,
Faça o feriado um pouco diferente.


Escutando: A TV na sala ao lado.
Foto: coffee cup by ~Sugil

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Avião de papel


Sempre que estava ao seu lado, ela via um avião.
- Olha querido, um avião!
E apontava para o céu escuro e estrelado. Ele acompanhava seu dedo e também observava o pontinho brilhante se movimentando naquele breu. Ela adorava ver os aviões cruzando o céu. E era estranho perceber que sempre na presença dele, um avião navegava o céu acima de sua cabeça. Não era estranho saber que um objeto de mais de 1 tonelada estava voando, mas estranho porque ela lembrou-se de um texto que havia escrito mais de um ano atrás. Ao chegar em casa, ela abriu sua caixinha e viu o papel dobrado:

“Lá estava eu. Começo da noite. Sozinha. Na praça. Lendo.
Quando escuto, de repente, um som que simplesmente adoro. O som de turbinas de avião. Eu sempre imagino para onde este avião está indo... Está saindo do aeroporto ou está chegando à ele? Está indo para a Europa, Ásia? Ou está vindo de São Paulo, Curitiba?

Eu procurei, e procurei... Mas não encontrei o avião. Apenas podia escutar a música de suas turbinas. Ele deve ser que nem o amor. Posso ouvir, mas não consigo encontrar.”

Será que agora que ela via o avião, ela encontrara o amor? Depois de um tempo com a presença dele, talvez ela pudesse dizer que sim. Sentia-se bem ao seu lado. Coisa que não esperava. Sentia-se segura. Ela teve medo de se aproximar, e sabia que ele queria se aproximar a muito tempo. Decidiu aprender a fazer aviõezinhos de papel. Nunca aprendeu a fazer e agora parecia o momento certo. Depois de 2 aulas com seu amigo, fez numa folha que tinha sua música favorita, um aviãozinho mal feito. Mal feito porque não havia tempo para aperfeiçoar. Escreveu uma pergunta com canetinha vermelha nas asas do avião de papel branco e deu para ele. Por incrível que pareça, ele estava tão animado contando uma história sobre não-lembro-o-quê enquanto ela entregou o avião, que ele não conseguia ler as 3 palavrinhas escritas. E ela não conseguia acreditar na cena quando ele falou rindo:
- Vamos ver se seu avião voa
E ao falar isso, jogar o aviãozinho fazendo-o parecer um kamikaze encontrando o chão. Novamente ela não conseguiu acreditar e gritou:
- Pegue o avião seu idiota!
Quando ele finalmente leu as palavras escritas e a abraçou fortemente.

- Sim – ele disse.



[Quer namorar comigo? s2] (Em canetinha vermelha)

Foto: paper plane - I by *quelquechose
Escutando: Paper planes - I'm from Barcelona

quarta-feira, 18 de março de 2009

Unintended choice


A luz fria da lua cheia invadia o quarto escuro,
Iluminando os dois deitados na pequena cama.
Ele sentia o corpo quente dela delicadamente deitado em seu peito,
Sentindo sua respiração calma e baixa.
Observou-a atentamente enquanto acariciava suas costas nuas.
Ela fazia seus dedos dançarem nos ombros dele,
Acompanhando a música que tocava a vitrola.
Aquela música de sua banda favorita.
Aquela música que sempre achou que cabia perfeitamente a ele.
E somente a ele.
Pela primeira vez em tanto tempo,
Ela sentia aquilo.
Aquela aproximidade.
Aquele sentimento.
Teve medo de enfrentar.
Talvez fosse fraca demais.
Porém resolveu tentar.
Talvez prender-se dentro de si,
E não deixar-se permitir,
Fosse o passo errado a fazer.
E antes que nada possa ser feito,
Decidiu jogar-se naquele grande oceano...


Mesmo que se afogue.


Escutando: Let me sign - Robert Pattinson (É uma música legal tá?)
Foto: your heart makes me feel by ~popsongs

domingo, 8 de março de 2009

Domingo


Aquele domingo começou estranho. Para começar, ela tinha se acordado cedo. Às 8:30. Talvez não possa ser cedo para você, mas nos últimos meses ela dormia tarde no sábado, e no outro dia costumava acordar-se apenas às 10:30, 11:00.
Ao olhar o céu, ele estava nublado, assim como a sua mente. Decidiu ficar na cama mais um pouco, e aproveitar o resto de preguiça que ela prometeu lutar contra a partir dessa semana. Tinha decidido prestar vestibular em outro estado, e apesar de ainda ser março, ela precisa se focar mais nos estudos, vide a prova de matemática que ela vai ter na quinta, e não sabe nada. NADA. Na-da. Escuta Radiohead e afirma 2+2=5.
Levantou-se da cama às 9:30, foi no banheiro e assustou-se ao ver o cabelo todo bagunçado no espelho. Na cozinha, desejou bom dia à mãe e preparou um sanduíche como café da manhã. Como a preguiça ainda mostrava vestígios na sua mente e corpo, o sanduíche não teve o queijo derretido.
Tomou banho e viu gotas caindo do céu.
- Que dia estranho.
Ela sentia certa nostalgia. Para falar a verdade, a vida dela estava... bizarra. Não por ter acontecimentos estranhos. Ela não tinha se tornado uma Carrie, e nem estava estranha. Mas as coisas em sua volta estavam diferentes. Ela sentia sua vida acumular-se, como aquela gaveta que deixamos a bagunça juntar-se até ser impossível fechá-la. Ela não sabia o que essa metáfora queria significar, mas aquele era seu sentimento. Era como se algo novo estivesse acontecendo, talvez uma nova era da sua vida (todo começo de ano era um novo caminho para ela), e ainda não se acostumou com toda essa onda de novidade.
Talvez seja até por isso, que ela tenha passado um tempo miserável longe de seu blog. E ela até pede desculpas aos leitores por isso. Foi sem querer.
A garota ainda tentou estudar pela tarde, mas seu vizinho atrapalhou sua concentração quando às 11:00 da manhã começou a escutar música nas alturas (importante ressaltar o estilo de música que a criatura gosta: música de vaqueiro, forró e swingueira). E essa poluição sonora foi até o início da noite, porém aos raios de sol se ela foi ao cinema com o carinha que ela está ficando, ou namorando ou sabe-se lá o que seja, mas uma das novidades boas de sua vida.
Chega às 22:30 em casa, digitou um texto sobre seu dia no blog abandonado, revisou umas questões de física para a prova de segunda e foi para a cama.
Acordou-se às 5:30 e olhou para o céu aberto:
- Droga, semana de prova.

Escutando: Pearl - Mandalay
Foto: Sunday Afternoons by *rebel-skum

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Os anti-socialistas


Ela saiu da sala e fui ao encontro diário com seus amigos na hora do intervalo.
Aquele dia estava sendo um pouco difícil.
Talvez um tanto melancólico, um tanto sob pressão.
Abraçou gentilmente um de seus amigos de forma que ele pode perceber que ela não estava muito bem.
- Ei, o que você tem? – Ele perguntou baixinho.
- Nada. – respondeu segurando o choro já na garganta.
- Eu te conheço Bruna. Vamos.
Ele a puxou para um canto isolado, onde as pessoas não reparariam muito neles.
- Então, me conta.
- Se eu contar, vou começar a chorar.
- Vá conte.
Ela nem suportou começar a falar. As lágrimas começaram a escorrer incontrolavelmente em seu rosto. Ela nem mais se lembrava da última vez que tinha chorado assim. Ele a abraçou forte, mas não conseguia parar aqueles soluços sentidos que ela mostrava ter.
Seus outros amigos perceberam a cena, e se reuniram a eles. Eles sabiam por que ela chorava. Era o último mês que eles iriam passar juntos no colégio. Depois um grupo continuaria lá, porém outro já ia tomar um rumo diferente.
Eles abraçaram-na todos juntos. E aquele foi um dos melhores abraços que ela já teve em toda a sua vida.


O fato é que eles fizeram daquele ano, o melhor da sua vida. Aquele ano, que ela pensava que poderia ser o pior, depois de tudo aquilo que havia acontecido com ela. Ela podia ver, que nunca estaria sozinha. Não com eles ao lado dela. Todos os momentos juntos foram inesquecíveis. O dia em que inventaram de fazer torta da série favorita (Pushing Daisies), das batalhas de Guitar Hero, de quando foram assistir Batman o cavaleiro das trevas...
Ela sabia que nunca iria esquecer isso.


Eu sei que nunca vou esquecer disso.


Foto: Desenho das pessoas que me mais me fizeram felizes em 2008.
Escutando: Elgar/Something - August Rush soundtrack (Jonathan Rhys Meyers)