domingo, 3 de junho de 2012

Parar.

Decidiu tentar parar. Tinha que parar. Depois do turbilhão de coisas, o turbilhão de pensamentos que surgia na última semana, precisava parar. Aquilo estava mais complicado do que imaginara. Eram contradições dentro de si. Queria estar sozinha no início do dia e braços no fim da noite. Queria a bebida gelada, mas preferia o reconforto do calor na língua. Queria a cama vazia, mas a presença de alguém por alguns segundos, minutos, horas. Quem sabe dias. Queria o sol esquentando o lençol, mas diante da melancolia do coração, a luz prata da lua era melhor. Aqueles dias cansaram, cansaram tanto que a mente não conseguia pensar em mais nada. Da boca só saiam coisas sem sentido. Dos olhos, lágrimas que junto d'água corriam para o ralo. Deitou-se na cama e pensou: tenho que parar. E assim parou.

Morena.

Reconfortou seu corpo nos braços dele.

- Você é perfeita para abraçar.

Ele passou a mão em suas costas nuas e alisou a pele morena. Ela sentiu arrepiar-se e riu. Estava segura, como nunca mais havia sentido. Apertou-se em seus braços, fazendo seus seios tocarem o peito dele. Não queria soltar. Só sentir ainda mais aquela impossibilidade. Era errado. Sabia. Era errado. Mas por que se se sentia tão bem?

- Você está bem, minha linda?
- Sim, obrigada.

Beijou-o. Beijou-o como se fosse seu primeiro beijo, como se pudesse aprender mais com ele. Alisou seu rosto. Ele era perfeito. Apaixonou-se imediatamente. Talvez pelo perigo, talvez pela idade, mas ele a fascinava. Deitaram-se. Ela em seu peito. E passaram o resto de suas horas falando sobre a vida que nunca poderiam ter. O momento que nunca existira. A imaginação que nunca sairia de sua mente.

Março, 2012.