quarta-feira, 29 de abril de 2009

Sanduíche de queijo


Ele acordou com o sol batendo na cama e com ela ao seu lado.
Sorriu.
Era a melhor forma de mostrar como ele estava feliz ao tê-la ali.
Vê-la respirando lentamente, com os cabelos bagunçados de tanto se mexer pela noite, e com seu pijama de vaquinha favorito. Aquele que ela até tinha pena de usar por ser tão fofinho.
Os raios claros e vibrantes do sol de 7 da manhã alisavam a face dela, esquentando-os devagar, e fazendo-a acordar aos poucos.
Ao abrir os olhos, ela se deparou com os dele, observando-a atentamente.
- Dormi muito?
- Bastante.
- Humm – ela gemeu. Odiava deixar as pessoas esperando.
- Brincando. Mas você devia dormir mais um pouco... É bom te observar dormir.
- Rá. Agora que eu não volto mesmo.

E os dois ficaram ali um olhando o outro como se o mundo ao redor tivesse parado, e só um ao outro fosse realmente importante.

- Vamos tomar café? – ela perguntou. Estava com fome.
- O que você quiser.
- Mesmo?
- Mesmo.
- Então eu quero...
- Um beijo?
- Hmmm... Depois de um sanduíche de queijo, um beijo não seria nada mal.

E depois de apostar corrida até a cozinha, preparar e comer 3 sanduíches de queijo, eles se beijaram e passaram o resto do dia comendo besteiras, compondo, tocando, assistindo filmes e desenhos, brincando, desenhando...


Juntos. Como queijo derretido no pão.


Escutando: A minor incident - Badly drown boy (About a boy soundtrack)
Foto: Melted Grilled Cheese by ~GrayMegumi (Deviantart)

terça-feira, 21 de abril de 2009

Nada, café e números.


Acordei e olhei o teto branco do quarto.
Já era fim da manhã, e meu corpo não encontrava forças para se levantar da cama.
Odeio quando isso acontece.
Os pensamentos invadem a mente,
E fazem confusões antes mesmo da pessoa considerar-se devidamente acordada.
As persianas faziam com que a luz não iluminasse bem o quarto,
O que só atrapalha mais o momento de se levantar.
Maldita persiana.
Levantei,
E apesar de já ser 12:00 e o almoço já estar quase pronto,
Preparei uma grande xícara de café,
E sentei na varanda.
Talvez observar o céu nublado de outono,
Com uma lista de matemática e café,
Faça o feriado um pouco diferente.


Escutando: A TV na sala ao lado.
Foto: coffee cup by ~Sugil

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Avião de papel


Sempre que estava ao seu lado, ela via um avião.
- Olha querido, um avião!
E apontava para o céu escuro e estrelado. Ele acompanhava seu dedo e também observava o pontinho brilhante se movimentando naquele breu. Ela adorava ver os aviões cruzando o céu. E era estranho perceber que sempre na presença dele, um avião navegava o céu acima de sua cabeça. Não era estranho saber que um objeto de mais de 1 tonelada estava voando, mas estranho porque ela lembrou-se de um texto que havia escrito mais de um ano atrás. Ao chegar em casa, ela abriu sua caixinha e viu o papel dobrado:

“Lá estava eu. Começo da noite. Sozinha. Na praça. Lendo.
Quando escuto, de repente, um som que simplesmente adoro. O som de turbinas de avião. Eu sempre imagino para onde este avião está indo... Está saindo do aeroporto ou está chegando à ele? Está indo para a Europa, Ásia? Ou está vindo de São Paulo, Curitiba?

Eu procurei, e procurei... Mas não encontrei o avião. Apenas podia escutar a música de suas turbinas. Ele deve ser que nem o amor. Posso ouvir, mas não consigo encontrar.”

Será que agora que ela via o avião, ela encontrara o amor? Depois de um tempo com a presença dele, talvez ela pudesse dizer que sim. Sentia-se bem ao seu lado. Coisa que não esperava. Sentia-se segura. Ela teve medo de se aproximar, e sabia que ele queria se aproximar a muito tempo. Decidiu aprender a fazer aviõezinhos de papel. Nunca aprendeu a fazer e agora parecia o momento certo. Depois de 2 aulas com seu amigo, fez numa folha que tinha sua música favorita, um aviãozinho mal feito. Mal feito porque não havia tempo para aperfeiçoar. Escreveu uma pergunta com canetinha vermelha nas asas do avião de papel branco e deu para ele. Por incrível que pareça, ele estava tão animado contando uma história sobre não-lembro-o-quê enquanto ela entregou o avião, que ele não conseguia ler as 3 palavrinhas escritas. E ela não conseguia acreditar na cena quando ele falou rindo:
- Vamos ver se seu avião voa
E ao falar isso, jogar o aviãozinho fazendo-o parecer um kamikaze encontrando o chão. Novamente ela não conseguiu acreditar e gritou:
- Pegue o avião seu idiota!
Quando ele finalmente leu as palavras escritas e a abraçou fortemente.

- Sim – ele disse.



[Quer namorar comigo? s2] (Em canetinha vermelha)

Foto: paper plane - I by *quelquechose
Escutando: Paper planes - I'm from Barcelona