domingo, 28 de julho de 2013

As horas.

Saiu enrolada no lençol e sentou no banco gélido. Estava sozinha. Sentiu-se arrepiar e se apertou ainda mais no cobertor. Acendeu o cigarro e viu o sol ainda abaixo da linha. Tinha perdido o sono e decidiu sentir o frio, o orvalho da madrugada. A noite estava indo embora, sabia. Mas por que sempre sentiria o frio da escuridão, mesmo quando o sol estivesse acima do horizonte? Por que sempre seria assim? Por que nunca se deixaria iluminar por completo? Por que teria sempre o orvalho, o sereno e o céu escuro, o breu dentro de si? Não sabia. Nunca saberia. E nem mesmo tentaria entender.

Aquilo era parte dela. Assim como o amanhecer e o entardecer fazem parte do dia. A ambiguidade da escuridão e da claridade.

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