Quando
estava triste, gostava de dirigir.
Mas
naquela noite, além da tristeza, havia medo. Medo do que poderia acontecer, do
que estava por vir.
Depois
de tomar uma garrafa de vinho, chorando aos prantos na areia da praia, colocou
Mozart no som do carro.
Sabia
que a vida era feita de decisões. De erros. E aquilo estava a matando por
dentro. Todos os passos em falso. Todas as dúvidas.
Não
sabia que aquela sinfonia havia sido escrita no leito de morte do músico
austríaco.
Também
não sabia que ao dirigir por mais de 120km/h, com aquela sinfonia alta a
invadir seus ouvidos, o seu leito de morte já havia sido construído. Colidiu
com o poste. Morreu na hora.
Disseram
que quando tiraram o corpo do que restou do carro, seus olhos inchados de tanto
choro, aparentavam finalmente, a paz que ela queria em vida.
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